09/07/2020 às 15:52 Histórias

Sobre o meu começo!

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Olá tudo bem?Hoje decidi contar um pouquinho da minha história, para quem ainda não me conhece, eu me chamo Micheli Barboza Pinheiro, nasci de uma família humilde onde tive a infelicidade de perder o meu pai aos 3 anos de idade.

Calma essa história não é para ser triste, nem cheia de lamentações, ela é para mostrar como o meu amor pela fotografia surgiu.

Sempre tive o privilégio de ter uma mãe batalhadora ao meu lado, que me contava histórias sobre minha família, inclusive sobre o meu pai e as artes do meu irmão e da minha irmã.

Naquela época não existia fotografia digital e minha família tinha aquelas câmeras analógicas, que você tinha que levar o filme para revelar. Eu cresci vendo essas fotos da minha família e ouvindo milhares de histórias fantásticas, algumas até absurdas. (risos)Até os dias de hoje sempre que a família está reunida, e a gente começa a falar do passado sempre nos deparamos pegando aquelas fotos antigas, e isso acaba virando motivo de muita risada e recordação.

Bom os anos vão passando a tecnologia vai trazendo muitas novidades e começa a surgir as primeiras câmeras digitais.Minha família adquiriu uma e eu comecei a explorar esse mundo.Algumas vezes eu me arrumava e fazia mil fotos minhas, ou tirava fotos de paisagens, flores e até dos animais.Não venha me julgar, você já deve ter feito isso com seu celular ao menos 1 mês na vida nos dias de hoje. (risos)

"Essa foto foi feita em 2015 com minha primeira câmera semi profissional"

Anos se passam os sonhos nascem a uma velocidade incrível, assim como também desaparecem.Um desses sonhos como de toda adolescente era me tornar uma grande modelo.Então desde os 16 anos sempre tive esse sonho e aos 18 anos tive a oportunidade de fazer um book fotográfico.

Passei dias arrumando os looks e pensando em como ia ser essa experiência, a onde isso ia me levar e tudo que eu iria conquistar a partir daquele ensaio.Dia da sessão, maquiagem feita, cabelo escovado, fotografo mandando fazer pose e a única coisa que passava na minha cabeça era insegurança.Posar para uma pessoa completamente desconhecida me fazia suar frio, eu pensava será que está bom? Como está ficando minha aparência?  E eu não tinha nenhuma das minhas dúvidas sanadas.Apesar de tudo a sessão foi realizada com sucesso, apesar de toda aquela insegurança e frustração, já tinha nascido uma pontada de dúvida se aquilo era realmente o grande sonho da minha vida.Comecei as aulas que eram obrigatórias a fazer para seguir a carreira que eu já não sabia mais se era meu sonho.Até que em um belo dia tive meu primeiro choque de realidade, descobri que eu não gostava mais tanto assim da ideia de ser modelo, principalmente depois que peguei o meu book fotográfico e vi que as fotos tinha sido entregues naquela pasta presta de arquivos com saquinhos transparentes, com as fotos reveladas no tamanho 21x30 cm.

As fotos ficaram lindas, apesar de não ter sido eu que tenha escolhidos minhas fotos, e de todos os problemas que vivi, e as coisas que eu ouvi me deixaram completamente decepcionada.Eu olhava minhas fotos e sabia que faltava algo, eu não sabia muito bem o que era na época, mas a certeza que eu tive era que eu tinha interpretado o meu sonho completamente errado.E foi ai que eu comecei a reparar que eu gostava de estar atrás da câmera e não na frente.

Foram alguns meses estudando o que a fotografia era, depois outros meses sobre equipamento fotográfico, mais alguns sobre os milhares de nichos que poderia atuar na fotografia.No meio de tudo isso comprei minha primeira câmera fotográfica, e comecei aquela saga de fotografar tudo novamente e agora usava alguns amigos e parentes como modelos.

Minha família ficou dividida, algumas pessoas não entendiam o motivo de batalhar todos os dias atrás desse sonho. Eu não os culpo, afinal nem eu entendia muito bem, eu só sabia que era esse o caminho que eu tinha que seguir.E foi assim que inicie na fotografia, é engraçado olhar para trás e ver tudo que passei para entender o meu verdadeiro amor, o meu grande sonho de me tornar fotografa.Eu comecei a correr atrás, investir mais e mais em conhecimento e tudo que era preciso para alavancar a minha carreira.Eu sempre me deparava frustrada, com parte da minha família falando que eu era louca, que tinha que estudar e me dedicar a algo mais certo. Apesar de tudo na época eu não dei muito ouvido e segui minha batalha.Acabei estudando vários nichos da fotografia desde produtos até chegar na fotografia de família que é a que atuo nos dias de hoje. Durante esse percurso comecei a entender que eu odiava ficar horas e horas no estúdio fotografando produtos, aquilo era triste, solitário e frio.Eu comecei a reparar nas coisas que eu gostava de fazer, quando fotografava pessoas por exemplo, o que mais me encantava não era aquelas fotos posadas, cheia de sorrisos forçados, lembra que eu não entendia o que faltava nas minhas fotos do book de modelo?Foi assim que eu comecei a ver e a entender o que faltava.Faltava sentimento, carinho, atenção, faltava ser espontâneo, faltava contar uma história, a minha história.

Minha fotografia tinha que ter um grande significado na vida das pessoas, e foi nesse momento que eu me prontifiquei a fazer tudo com muito sentimento e carinho, que a experiência das pessoas que me contratassem fossem mil vezes melhor e mais especial do que a minha.

Mas como em qualquer coisa na vida, existe os obstáculos, as dificuldades e as coisas que não saem muito bem como planejado. E em um dia não tão belo assim eu me deparei com o maior obstáculo que poderia surgir na minha vida.

Sabe quando você vai perdendo o interesse, as coisas vão acontecendo na sua volta mais já não parece mais certo, o que te motivava começa a te desmotivar, você vive rodeado de pessoas a sua volta mas mesmo assim se sente só?Tudo começa a virar estresse, as pessoas a sua volta começam a se preocupar com você e você diz que está tudo bem, que é só uma fase, que logo isso vai passar, mas no final nunca passa.

Passa os dias, as semanas os meses, mas os sentimentos e os as frustrações permanecem.Começo a desencadear uma série de ataques de pânico, crises de ansiedade e medo da minha própria sombra!Quem já viveu uma depressão por mais pequena que seja sabe do que eu estou falando.Você vai ao médico a pedido de amigos e começa o choque de realidade, você entra naquele mundo que para você era só frescura e começa a sua própria batalha interna.

Por mais que nesse processo todo eu não tenha me afastado 100% da fotografia, eu tive que diminuir o ritmo, mudar um pouco de área e respirar novas experiências.

Nesse processo de pausa, realizei todos os trabalhos que já estavam programados e alguns trabalhos de clientes antigos que sempre me procuravam, por mais que eu me sentisse debilitada psicologicamente eu jamais poderia deixar na mão aqueles que me escolheram para contar suas memórias.

Apesar de eu não ter certeza se voltaria a fotografar um dia, eu planejei alguns trabalhos pois sentia falta. Até que ouvi de uma cliente a seguinte frase: “É um absurdo você trabalhar com outra coisa sem ser a fotografia, você sabe que eu jamais vou te abandonar, pode voltar a fotografar logo, você é a melhor nisso.”

E ai foi assim meu segundo choque de realidade.Ouvi essa frase umas 2 vezes e foi quando eu percebi que realmente eu não me via fazendo outra coisa nessa vida, eu não conseguia me afastar 100%, aquilo sempre fez parte da minha vida do meu inconsciente.Depois dessa situação foi hora de arregaçar as mangas e planejar a volta do estúdio.Mas essa história eu conto na próxima postagem.

09 Jul 2020

Sobre o meu começo!

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